• 213 002 042 | 932 442 604
  • Finanças

    Euribor a 6 meses, ou 12 meses: O que escolher?

    13 ABR 2023
    Tempo de leitura:  5  Minutos
    ESCRITO POR UCI
    Euribor a 6 meses, ou 12 meses: O que escolher?

    Uma das decisões mais importantes para quem compra casa, recorrendo ao crédito habitação com taxa mista ou variável, é, decerto, a escolha do tipo de taxa de juro ou prazo da taxa de juro. Será, mais vantajoso optar pela Euribor a 6 meses ou a 12 meses? Descubra as diferenças entre as taxas, neste artigo.

    O Artur e a Patrícia vão comprar casa. Já encontraram o seu imóvel de sonho, portanto, estão agora a sondar vários bancos para determinarem qual lhes oferece melhores condições na contratação do crédito habitação.

    Ao solicitarem várias propostas e simulações, uma das primeiras decisões com que se depararam, e que terá impacto do início ao fim do empréstimo, relaciona-se com a taxa de juro. Afinal, devem optar por taxa fixa ou variável?

    Se escolherem a primeira opção (taxa fixa), a taxa de juro será definida pela instituição de crédito habitação, permanecendo constante ao longo do contrato ou durante o prazo definido (cinco ou dez anos, por exemplo). Caso prefiram a variável, essa taxa ficará indexada à Euribor, variando ao longo do empréstimo, consoante o prazo escolhido: Euribor a 6 meses, ou a 12 meses são as mais comuns em Portugal.

    O que é a Euribor?

    A Euribor (European Interbank Offered Rate) consiste na taxa de referência do mercado monetário interbancário, resultando da média das cotações fornecidas por um conjunto de bancos europeus.

    Na verdade, não existe apenas uma taxa Euribor, mas sim cinco, com maturidades distintas: uma semana, um mês, três, seis e doze meses. Os prazos mais comuns, em Portugal, para empréstimos habitação, são de seis e doze meses. A Federação Europeia de Bancos fixa, diariamente, o valor de cada uma destas taxas.

    Num contrato de crédito com taxa variável, a mensalidade define-se, assim, tendo em conta dois indicadores: o spread e o indexante (Euribor). Enquanto o primeiro é definido no início do contrato e consiste na margem aplicada pelo Banco, o segundo oscila consoante o prazo adotado (Euribor a 6 meses ou 12 meses) e de acordo com as oscilações do mercado. Assim, a escolha da Euribor revela-se determinante, pois influencia diretamente o valor da prestação mensal a pagar.

    Euribor a 6 meses ou 12 meses: qual é a importância de escolher o prazo certo?

    Sendo a Euribor uma componente variável da taxa de juro, se este indexante subir, a taxa aumentará e, consequentemente, a prestação mensal também. O reverso torna-se, igualmente, verdade: se a Euribor descer, a mensalidade decresce.

    Porque é, então tão importante escolher o prazo do indexante adequado? Porque ele determinará a evolução da sua mensalidade e o momento em que esta será alterada. Ou seja, se optar pela Euribor a 6 meses, a sua prestação será revista e atualizada a cada seis meses, de acordo com o valor da Euribor (relativa a esse prazo) em vigor no momento.

    Para perceber melhor como funciona este processo, apresentamos-lhe um exemplo prático:

    • Se contratar um crédito habitação com taxa variável, indexado à Euribor a 6 meses em junho, a sua prestação sofrerá uma atualização em dezembro, de acordo com a Euribor em vigor nessa altura. Se a Euribor em vigor em agosto for superior à Euribor que estava a ser aplicada ao empréstimo, então a prestação irá subir. Se a Euribor de agosto for inferior, então a prestação irá descer. A mensalidade permanecerá constante, durante os seis meses seguintes, sendo revista novamente em junho do seguinte. Em suma, com uma taxa de juro variável indexada à Euribor a seis meses, a sua prestação mudará duas vezes por ano. Se optar por uma taxa de juro variável a 12 meses, então nesse caso a prestação será revista uma vez por ano, a cada 12 meses.

    Euribor a 6 meses e 12 meses: o exemplo do Artur e da Patrícia

    A casa que o Artur e a Patrícia pretendem adquirir custa 150.000 euros. Deste total, o banco emprestará 135.000 euros, que o casal pretende reembolsar, ao longo de 30 anos. Pressupondo um spread de 2% e as taxas de juro Euribor em vigor em abril de 2023, confira, então, quanto pagará mensalmente o casal com a Euribor a 6 meses ou a 12 meses:

    Euribor a 6 meses
    Euribor a 12 meses
    TAN Euribor (3,267%) + 2% spread Euribor (3,647%) + 2% spread
    Prestação 746,90 € 779,01 €

    Na altura da revisão das taxas de juro Euribor caso se verifique uma alteração das taxas, por exemplo considerando um aumento de 1%, neste cenário no momento da revisão da taxa de juro (6 ou 12 meses conforme a opção escolhida) a prestação seria:

    Euribor a 6 meses
    Euribor a 12 meses
    TAN Euribor (4,267%) + 2% spread Euribor (4,647%) + 2% spread
    Prestação (supondo um aumento de 1% nas Euribor) 832,71 € 866,38 €

    Nota: Estes exemplos são meramente indicativos.

    Euribor a 6 meses

    A Euribor a 6 meses é o prazo mais escolhido, em Portugal. Neste caso, a prestação é revista a cada semestre, portanto, existem duas alterações por ano. Esta é a modalidade que está disponível na generalidade dos bancos e que permite uma prestação mensal mais baixa.

    Euribor a 12 meses

    A Euribor a 12 meses garante mais estabilidade, pois a prestação apenas sofre revisão uma vez por ano, no entanto apresenta um valor mais elevado. Nem todos os bancos têm disponível esta modalidade.

    Euribor a 6 meses ou 12 meses: qual será o melhor prazo para si?

    Afinal, deve escolher a Euribor a 6 meses? Será preferível optar pela de 12 meses? Na verdade, não existe uma resposta certa para esta pergunta. Tudo dependerá da sua tolerância ao risco e da capacidade do seu orçamento familiar, para sustentar as oscilações da Euribor. Contudo, no contexto atual de subida das taxas de juro, selecionar a Euribor a 12 meses pode parecer a decisão capaz de proteger as finanças familiares de um aumento intenso da prestação mensal. Embora a prestação inicial seja mais elevada, garante estabilidade durante um ano.

    No entanto, revela-se ainda crucial ponderar as circunstâncias opostas: o que acontecerá caso as taxas Euribor comecem a descer? Neste cenário, seria mais benéfico possuir um empréstimo habitação indexado à Euribor a 6 meses, pois, dessa forma, a prestação atualizar-se-ia mais cedo.

    Se procura um crédito habitação e tem dúvidas relativamente à escolha da Euribor na UCI encontra uma equipa de especialistas preparada para responder a todas as suas questões e que o vai ajudar a tomar a melhor decisão. Fale connosco!

    Os artigos de Blog da UCI tratam de temas atuais que pretendem ser úteis aos nossos leitores. No entanto, é possível que alguns dos artigos mais antigos possam conter informações desatualizadas. Por isso, aconselhamos que verifique sempre a data de publicação do artigo.

    Partilhar

    Artigos relacionados

    Empréstimo para construção: Tudo o que deve saber!
    Crédito habitação

    Empréstimo para construção: Tudo o que deve saber!

    Para tornar o sonho de uma casa à sua medida uma realidade, um dos primeiros passos que deve tomar é solicitar um empréstimo para construção.

    Guia completo - Passo 3: Vou comprar casa!
    Crédito habitação

    Guia completo - Passo 3: Vou comprar casa!

    Vai comprar casa? Da proposta à escritura pública, perceba como conduzir todo o processo e concluir o negócio com sucesso.

    Subida da Euribor: Como enfrentar?
    Finanças

    Subida da Euribor: Como enfrentar?

    A prestação do crédito à habitação continua a crescer, aliás, repetem-se notícias de que o Banco Central Europeu (BCE) voltou a aumentar as taxas de juro. Por isso, apesar de estarem a subir a um ritmo mais lento, ainda não há um fim à vista para as subidas da Euribor.