A prestação do crédito à habitação continua a crescer, aliás, repetem-se notícias de que o Banco Central Europeu (BCE) voltou a aumentar as taxas de juro. Por isso, apesar de estarem a subir a um ritmo mais lento, ainda não há um fim à vista para as subidas da Euribor.
Neste artigo, explicamos-lhe, então, por que motivo aumentam as taxas de juro. Além disso, para poder lidar melhor com este cenário, partilhamos algumas dicas de combate à subida da Euribor, que tanto poderá afetar as suas despesas mensais.
Porque aumentam as taxas de juro?
A pandemia e a guerra na Ucrânia constituem dois eventos recentes que impulsionaram a inflação de uma forma generalizada na Europa. Na tentativa de responder a este cenário pautado pela incerteza, para evitar uma crise financeira, o BCE começou, então, a aumentar as taxas de juro em julho de 2022. Foi o primeiro aumento em 11 anos!
Contudo, ampliar os juros implica restringir a quantidade e o valor do dinheiro que as famílias e as empresas têm à sua disposição. Afinal, esta subida das taxas de juro tem repercussões nas taxas de referência dos créditos: as taxas Euribor. No entanto, como acontece isso, na prática?
O papel do BCE na subida da Euribor
O BCE gere as 20 economias que partilham a moeda única (euro). Este organismo coordena, assim, a política monetária da união europeia, tendo como principal objetivo assegurar a estabilidade dos preços. Uma das suas estratégias para o concretizar foca-se na regulação das taxas de juro.
Taxas de juro do BCE
As taxas de juro do BCE constituem os juros que o Banco Central cobra aos bancos comerciais da Zona Euro pelos empréstimos que lhes concede ou pelos depósitos. Portanto, indiretamente, o BCE influencia a descida e a subida da Euribor.
Por exemplo, o receio relativo ao descontrolo dos preços antes da crise financeira global de 2008-2013 levou o Banco Central a aumentar as taxas de juro. No entanto, no rescaldo dessa crise, perante a ameaça da deflação, o BCE voltou a descer as taxas de juro. Afinal, nessa época, pretendia-se estimular a economia, fomentando o consumo e o investimento.
Aliás, em junho de 2014, o BCE chegou mesmo a definir taxas de juro negativas, para incentivar os bancos a trocarem liquidez entre si.